Levanta da cama em um pulo. Abre um sorriso de orelha a orelha. Toma seu café e deseja bom dia a todos. Está disposta a cumprir seus deveres. Não se preocupa com as horas. Não morre de tédio. O que está acontecendo? - Acho que é o tal de amor.
Mas porque amamos?
Pelo tom da pele, ou a cor do cabelo. Pelos olhos escuros, e a barba por fazer. Pela voz, pelo jeito, e por muitas outras coisas a quais não sabemos.
E isso é bom?
Claro. Encontra-se uma felicidade surreal. Ri atoa. Faz planos involuntariamente, sorrindo de novo. Dividi-se em dois. Compartilha-se.
E dura pra sempre?
Claro que não. Mas as consequências são simples. É só o vazio. - É só o vazio, isso que estou sentindo? Não. É só o vazio, isso que não está sentindo. Torna-se um só. Incompleto.
Não quer levantar da cama. Fica com a cara fechada.Toma seu café (sem açucar). Não faz o que deveria. As horas não passam e o tédio a consome.
Mas porque deixamos de amar?
Pelo tom da pele ser sempre o mesmo, e o cabelo sempre igual. Pelos olhos sempre escuros e pela maldita barba. Pela voz irritante, pelo jeito chato e por muitas outras coisas que não sabemos.
E isso é real?
Se o seu sistems límbico funcionar corretamente. Mas é perigoso. Estraga a pessoa. A torna dependente psicologicamente. Faz um mal danado.
E todo mundo ama?
Todo mundo mente.